
‘Mais uma página’ não é mais do mesmo na história de Gadú
22/12/2011 09:06Aos 25 anos recém completados, Maria Gadú continua escrevendo sua história musical com seu mais novo disco Mais uma página produzido por Rodrigo Vidal e lançado no último dia 16. Já na faixa de abertura No Pé do Vento, feita em parceria com o recomendado Edu Krieger, Gadú garante: “Sem ser mais do mesmo ainda sou quem era“. Ouvindo o disco é possível perceber que a afirmação é justa.
A compositora continua inspirada, mas dessa vez menos popular, o que pode ser comprovado em faixas como Taregué e Estranho Natural. Das 7 canções assinadas por Gadú, nenhuma parece ter a vocação radiofônica de Shimbalaiê, o que é até saudável depois do desgaste das canções do primeiro disco, logo revividas em seu prematuro DVD e novamente vistas no projeto com Caetano Veloso. Por outro lado, Oração ao Tempo do recorrente Caetano e Amor de Índio de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, apesar das interpretações protocolares, aparecem como boas regravações e, essas sim, parecem feitas para as rádios e novelas.
Neste novo trabalho há conexões certeiras com outros artistas. Gadú se tornou parceira do compositor norte-americano Jesse Harris, autor de Don’t Know Why, o maior sucesso da cantora Norah Jones. Com Jesse, Gadú compôs Like a Rose e ainda sacou Long Long Time do repertório do parceiro, ambas belas canções. Ainda conectando com artistas estrangeiros, Maria dividiu com o fadista português Marco Rodrigues os vocais de A Valsa, dela mesma. Na faixa Quem? Gadú também fez harmonioso dueto com Lenine. E abrindo mais seu leque de parceiros, fez a densa Reis com a adesão de Ana Carolina e a italiana Chiara Civello.
Axé Acappella foi eleita como primeiro single de Mais uma página. Os autores dos versos contundentes são Dani Black e Luisa Maita. A faixa de maior contorno popular do disco, Linha Tênue, também é de autoria de Black. Talvez, optar por trazer canções inéditas de outros compositores sinalize a intenção de Gadú de renovar sua obra, ora desgastada. No quesito sonoridade, Mais uma página flerta com o baião, valsa e pop, mas ainda assim é bastante linear e se parece com o primeiro disco de Gadú.
Com Mais uma página, Gadú se saiu bem no desafio do segundo disco. E muito embora esse ainda não seja o grande disco que Maria Gadú pode vir a fazer, já é parte interessante da história escrita pela jovem artista.
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