Maria Gadú surge mais autoral em novo CD

Muitas mulheres consideram a chegada dos 30 anos pavorosa. Questionamentos sobre realizações pessoais e consequentemente suas frustrações, angústias, responsabilidades e a pertubadora percepção de que os quesitos estéticos e físicos já não são mais os Sopro de novidade na MPB em 2009, Maria Gadú dá o  passo necessário para garantir seu espaço no cenário musical brasileiro com o lançamento de "Mais uma Página", segundo CD de sua carreira.

Depois de rodar o Brasil com a turnê do álbum que leva seu nome e com uma série de shows ao lado de Caetano Veloso, a cantora está muito mais madura. Prova disso é o fato de oito das 14 canções novas serem de sua própria autoria. O grande destaque é "No Pé do Vento", a faixa de abertura – e foi dela que saiu o título do disco. "Digo 'mais uma página do mesmo livro' porque cada passo é uma página de uma mesma história", explica (e filosofa) Maria.

A cativante "Taregué" remete a um fato curioso ocorrido na Itália. Era assim que um mendigo chamava a artista toda vez que a via – depois explicaram a ela que isso quer dizer "livre". Regravações e participações especiais também merecem atenção especial. No primeiro grupo estão “Anjo de Guarda Noturno” (de Miltinho Ediberto), "Amor de Índio" (de Beto Guedes e Ronaldo Bastos) e "Oração ao Tempo" (de Caetano). Já no segundo entram "Quem?", um dueto com Lenine, e "A Valsa", com o português Marco Rodrigues. Os dias de “revelação musical” estão definitivamente ultrapassados. Maria Gadú veio para ficar.

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