
Resumo da noite feliz em Curitiba
14/08/2011 18:02Dica: Antes de ler, coloque Lounge para tocar.
Doze de agosto de dois mil e onze. Curitiba, Paraná.
Sinceramente? Parecia que era sonho. Fechamos um grupo grande, gente de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e do próprio Paraná. Pra algumas, era a chance de reviver um pouquinho do que foi a gravação do DVD, foi um reencontro lindo, planejado há muito tempo, com muito cuidado, para que tudo desse certo. Começamos produzindo um documentário, “Vida de fã” e a ideia inicial seria assisti-lo com a Maria Gadú. Conseguimos a chance de fazer um encontro às 17h, antes do show, seria para poucas pessoas, apenas aquelas que tinham saído de muito longe somente para aquele show. Aos poucos nos encontramos, num hostel, pertinho do local do show, éramos treze meninas. De repente, recebemos uma ligação e soubemos que Maria havia perdido o vôo e, portanto, nosso encontro seria transferido para depois do show, no teatro. Ao desligar o telefone, ficamos sabendo que uma de nossas representantes também havia perdido o vôo e não conseguiria nos encontrar. Tristeza geral. Com o atraso não teríamos a chance de assistir ao filme o qual produzimos com tanto amor, carinho e dedicação junto da Maria. Ok, entregaríamos para Má e teríamos a certeza de, que assim que possível, ela o assistiria. Fomos para o show, super animadas, o que vale é a vibe de estar com essa galera que nos faz tão bem em pouquíssimo tempo. O show foi lindo, o primeiro, depois das férias na Europa, Maria estava animadíssima, mesmo resfriada e nós? Mais ainda. Rolou Gadú nos chamando pra entrar e beber um vinho safra ruim, nos cumprimentando do palco, mesmo nos vendo de longe em Lounge. Nos agradecimentos teve ‘muito obrigada às meninas do Lounge’. No bis rolou uma pergunta do palco: ‘Gente, cadê a Mah?’. Mah, pra quem não sabe, sou eu, presidente do FC. Muitas ‘Mahs’ pularam gritando ‘aqui, aqui’, Maria respondia dizendo ‘não, você não é a Mah’, então ela começa a perguntar ‘Cadê a Mari, cadê a fronha?’. Gritei, ela me viu e pediu a nossa bandeira, carinhosamente apelidada de fronha e fraldinha pela própria Gadú. Joguei, ela pegou e, lógico, zuou ‘cê lavou né, Mah?’ e eu respondi que não, e ela zuou mais ‘essa fronha já rodou meio país, gente e ela nunca lavou’ depois disso ela a colocou em cima da sua mesinha, tomou um gole do seu vinho e disse ‘cê já pensou em fazer isso?’. Nossa bandeira passou o resto do show ali, na mesa, servindo de toalha pra Maria Gadú. O público pede ‘Turu turu’ e ela nos responde com ‘Vai ter que rebolar’, mágico. Fim do show, aguardamos a entrada no camarim e, para nossa surpresa, depois de mais de uma hora de espera ouvimos alguém saindo de lá e dizendo ‘Maria Gadú não vai atender mais ninguém, tá fazendo inalação e não atende mais’. Desespero total, vamos pra saída do camarim, na rua, o frio de Curitiba é incomparável, até mesmo pra quem saiu do Rio Grande do Sul, mas nada nos faz desistir. Mais espera, até que a produção local começa a chamar os fã-clubes até chegar nossa vez. 1h da manhã, espera mais um pouco. Cansaço toma conta. 2h da manhã, ainda não... pronto, é a nossa vez. Maria abraça uma por uma, com o mesmo carinho, mesma atenção, se preocupa com a Joyce, nossa representante do RJ que machucou o pé. Autografa todos CDs, DVDs, zoa nossa ‘fraldinha’, nos conta que está tentando parar de fumar e que diminuiu de 40 para oito cigarros por dia. Entra outra menina que havia jogado uma camiseta pra Maria e ela, com toda atenção, a autografa e tira foto, ouve o que ela fala e dá tchau. A menina sai e ela diz ‘que bonitinha’. Não adianta, ela se emociona sempre com os fãs. Continuamos nossa conversa até que Dani, representante de SP e Monah tem um presente pra Maria: 17 LP’s de Chico Buarque, Noel Rosa, Vinicius de Moraes, entre outros. Gadú abre um por um e fica encantada. Com a fita que estava enrolada nos discos fazemos um presente de Maria Gadú e ela, com um laço, no pescoço tira foto conosco. Nosso maior presente. Chega a hora da entrega do DVD e lançamos a pergunta ‘Má, bora assistir com a gente lá no albergue?’ e ela, toda calma bebendo seu vinho ‘mas pode?’ e todas eufóricas ‘claro, só tem a gente lá’, Maria apenas responde ‘ué, vamos’ levanta e começa a arrumar tudo. Nos olhamos e ficamos nos perguntando ‘será que ela vai?’ até que perguntamos ‘Maria, você vai mesmo?’ e recebemos a resposta que queríamos ‘claro, se eu digo que vou é porque eu vou. Se eu não fosse eu ia falar, vocês sabem’. Táxi para 14 pessoas, Joyce e Bruna no carro da Maria, Tio Rule no nosso táxi, loucura. Maria Gadú chega no ‘nosso’ albergue, no ‘nosso’ quarto, fuma um cigarro na ‘nossa’ varanda e diz que é tudo lindo. Pergunto pra Maria qual o significado da música Lounge e ela nos conta:
Eu tinha uma amiga, muito amiga mesmo e ela era artista plástica, galera toda achava que a gente tinha alguma coisa e eu dizia ‘gente, minha amiga’ e era, realmente, minha amiga, nada mais... um dia ela me convidou pra ir pra um lugar e eu perguntei como era e ela me disse ‘ah, é um lugar com luz baixa, toca um som legal, tem uns vinhos ruins, mas é legal...’ e a gente foi. Como a gente nunca ficou rolou o ‘sem se tocar os olhos vão se encontrar e se perder’, as tintas é porque ela era artista plástica. ‘só pra eu sacar se os olhos mudam de cor’ é porque os olhos dela mudavam de cor quando amanhecia. Depois de sair desse barzinho convidei ela pra ir pra minha casa e ela dizia que lá era muito frio por isso o ‘a minha casa não é quente, trago o vermelho pra esquentar’ porque vermelho é uma cor quente e tal... o veneno da serpente? Porra, leva uma picada de uma serpente pra ver se você não vai suar feito uma desgraçada...’
Tirada a dúvida da música Lounge, convidamos a Maria para descermos e assistirmos o documentário. Gadú prestou atenção a cada detalhe, lembrou de cada show, contou um pouquinho de cada. Com os depoimentos levamos Maria às lágrimas. Lágrimas fortes escorriam pelo seu rosto. Ela dizia ‘que bonitinha’ pra cada menina que se declarava pra ela... Ao fim dos depoimentos, ainda chorando, Maria disse ‘vocês querem me matar né’ e foi o momento que decidimos falar. ‘Maria, isso é realmente tudo que você passa pra gente, as representantes não conseguiram gravar um vídeo todas juntas, mas a gente vai te falar o que você representa pra nós’ Dani e Joyce começaram a falar, eu de longe, só conseguia chorar. Contaram para Maria que ela nos ensinou a viver com saudade, a ficar três meses esperando para vê-la novamente, nos deu um monte de amigos que moram longe, mas que não deixam de ser amigos por alguns quilômetros de distância. Maria chorava muito, só sabia agradecer, olho em volta e estão todas as pessoas do ambiente chorando. Paula começa a contar do show de Porto Alegre ‘dois dias antes do show eu fui assaltada, procurei em todos os lugares possíveis e não havia mais ingresso, entrei no twitter e contei pra Tia Neusa a história e ela me disse ‘vai que vai dar tudo certo’, chegando lá no teatro encontrei a Mah e contei a história pra ela e ela me disse ‘Paula, eu tenho um ingresso e vou te dar’, tentei comprar o ingresso e a Mah não aceitou o dinheiro, apenas me deu’, nesse momento olhei pra Maria que me olhou de volta, com lágrimas escorrendo no seu rosto, ela fazia sinal positivo com a cabeça e no seu olhar eu vi que era simplesmente isso que ela esperava que alguém fizesse, nesse momento eu senti que todo o trabalho valia a pena. As meninas terminaram de falar e Maria levantou e disse ‘abraço coletivo’, nos abraçamos e alguém puxou ‘sim, todo amor é sagrado...’ e a Maria ‘e o fruto do trabalho é mais que sagrado, meu amor...’ Lágrimas. Muitas lágrimas. Já tínhamos contado pra ela que havíamos adotado a música Amor de índio por essa frase. Emoção tomou conta daquela sala, que, por uma noite, virou nosso Lounge. Pedi à Maria um abraço e agradeci por tudo aquilo durante o longo abraço que ela me deu. Maria me dizia ‘Mah, brigada, muito obrigada, de verdade, brigada mesmo, muito obrigada’ quando eu ia falar alguma coisa ela dizia ‘cala a boca, obrigada, obrigada, obrigada’. Preciso dizer que chorei? Era quase sete horas da manhã, ela precisava ir embora, mas não queria, a gente via... antes de sair autografou algumas coisas que ainda faltavam e, na parede do hostel escreveu: ‘A todo pessoal do Eco Hostel obrigada! Noite feliz! Beijão!! Maria Gadú’. Fomos a levando pro carro, devagar, conversando, ouvindo Maria contar qualquer história. Antes de sair, Gadú falou para o proprietário do hostel ‘cuida bem das minhas meninas, hein?’Abraçou todas as meninas, zuou um menino que parecia o Kurt Cobain e nos disse ‘me dou bem com gente louca’ entrou no carro, mandou beijo e quando saiu gritou ‘e houve boatos que eu estava na pior’.
Entramos, já cheias de saudade, claro.
Noite feliz.
Muito obrigada, Maria pela oportunidade, Rê que estava curiosa pra assistir o documentário, mas dormiu, Joyce, Dani, Dekah, Monah, Monique, Lisi, Gabi, Kah, Fer, Buia, Gisa, Paula, Lu Bixcoito, vocês foram a melhor companhia.
“Me dê uma noite e um pouco da manhã...”
Ficou longo, tem muita coisa que não tá aí, mas dá pra ter uma noção de como é bom ter a Maria por perto.
Mariana Fernandes, a @mahfdo.
#GaduNosContou: Maria Gadú entra em estúdio essa semana.
#GadúNosContou: O novo CD já tem nome escolhido, nos disse, mas vamos deixar em segredo!
#GadúNosContou: O novo CD terá participações de Lenine em "Quem" e de um fadista português.
#GadúNosContou: O novo CD trará versão da Maria de "Amor de índio"
#GadúNosContou: que está parando de fumar.
#GadúNosContou: que leu esse post e chorou https://t.co/hmiUm2b e me xingou, claro, porque foi eu que escrevi, né? hahaha
OBS: post em construção, aos poucos vamos colocando os vídeos/fotos do encontro no hostel.
—————
Comente!
—————
—————
—————
—————
—————
—————
—————
—————
—————
—————