Sintonia de Caetano e Gadú conquista pernambucanos

10/12/2010 09:18

“Quando me perguntaram o que eu fazia quando tinha a idade da Gadú, eu respondi que tinha acabado de levar a Bethânia para o Rio a pedido de meu pai. Só que depois eu lembrei que a Gadú fez 24 anos semana passada e, nessa época, eu fazia assim: ‘caminhando contra o vento, sem lenço, sem documento’....” O público que lotou cadeiras – e escadas – do Teatro Guararapes, no Centro de Convenções, em Olinda, foi ao delírio com a história emendada com a música cantada por Caetano Veloso no meio do show de encerramento da miniturnê Duo, onde ele dividiu o palco com Maria Gadú, na noite desta quinta-feira (09).
A passagem mostra bem a diferença da trajetória da dupla. Caetano cantou ‘Alegria, Alegria’, de sua autoria, no Festival da Record, em 1967. Ele ficou em quarto lugar na premiação. No entanto, foi ali que o baiano de Santo Amaro da Purificação passava para o status de popstar e lançava um dos movimentos mais marcantes da música brasileira, o Tropicalismo. Já Gadú estourou com a música ‘Shimbalaiê’, composta por ela aos 10 anos de idade, na novela ‘Viver a Vida’, da TV Globo, em 2009. Com todo aparato da mídia, ainda emplacou outras canções na telinha, como ‘Linda rosa’ e ‘Ne me quitte pas’.
Mas a paulistana mostrou que tinha talento de sobra. Mais que 130 mil cópias vendidas do disco de platina ‘Maria Gadú’ e indicações a prêmio, ela conquistou a admiração de Caetano Veloso, que rendeu essa parceria no palco. Depois de passar por São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, foi a vez de Pernambuco conferir o show que uniu duas gerações de intérpretes e compositores. Duas pontas: cantora em início de carreira e artista consagrado. A mesma ponte: música popular brasileira.
Caetano e Maria cantaram solo e em dueto. Dois banquinhos, dois violões e uma bola gigante – e intrigante – que mudava de cor formavam o cenário.  Eles entraram juntos cantando ‘Beleza Pura’, do baiano. Depois, ela seguiu apresentando o repertório do seu disco, com ‘Encontro’, ‘Tudo Diferente’, ‘Dona Cila’ e ‘A história de Lily Braun’. Nos intervalos, fãs histéricos davam seus recados. ‘Podres Poderes’, de Caetano, ainda foi só na voz dela.
Os dois executaram ‘O quereres’ e ‘Sampa’, ambas de Caetano. Depois o palco foi só dele, que escolheu canções mais intimistas, como ‘Odeio você’, ‘De noite na cama’, ‘Sozinho’ e ‘Desde que o samba é samba’. Finalizando o momento solo, cantou ‘Shimbalaiê’ da Gadú, que acompanhou ao lado do ídolo, admirada e às lágrimas.
Depois, engataram ‘Vaca Profana’, ‘Rapte-me, Camaleoa’, ‘O Leãozinho’ e ‘Odara’. Esta última com todas aquelas variações vocais que Caetano gosta de fazer. ‘Trem das Onze’, de Adoniram Barbosa também entrou. Com um selinho, eles se despediram do público, que, obviamente, pediu mais. Eles voltaram com ‘Nosso Estranho Amor’, ‘Vai levando’ e ‘Menino do Rio’.
O público ainda pode esperar mais dessa dupla, que deve lançar em breve um DVD da apresentação. Sobre a experiência, Caetano resumiu bem. “Adoro fazer o show com a Gadú. Me dá a sensação de que estou vendo a história passar.”

 

Fonte

—————

Voltar


Comente!

Data: 10/12/2010

De: Luciane

Assunto: sensacional

Olá queria dizer que achei sensacional a matéria, concerteza essa matéria é de toda verdade, queria eu poder ter a honra de presenciar um espetáculo como esse...parabéns aos dois que foram sensacionais e marcantes no palco. um grande abraço. e vida longa a mpb, na voz desses dois grandes músicos.

—————



Crie um site grátis Webnode